Ontem, os 5 minutos de gritaria por altura do golo do Javi Garcia e a noite fresca no estádio da Luz, foram suficientes para me deixar rouco, quase sem voz. Felizmente existe uma mezinha milagrosa que consiste em aquecer mel e misturar umas gotas de sumo de limão. Não falha!
Enquanto estava a fazer o preparado, lembrei-me deste conto típico da minha terra.
Havia um homem que tinha muitas colmeias. Tinha tantas que não sabia o conto delas, mas sabia o conto das abelhas.
Certo dia deu por falta de duas abelhas. Foi por um vale abaixo e encontrou um lobo a comer nelas. Quando lá chegou mandou-lhe com um machado. Fez faísca numa pedra, ardeu o machado e ficou o cabo. O lobo já tinha comido uma, restavam apenas os ossos da outra. O homem pega nos ossos, torce-os, não deitaram nada. Destorce-os e deitam dois alqueires de mel! Como não tinha onde levar o mel, foi debaixo da cova do braço, tirou dois piolhos, esfolou-os e pôs o mel nos potes. Para atar, foi à palma da mão e arrancou um cabelo. Um cabelo singelo não chegava. Dobrado, sobravam dois metros. Não sabia o que fazer para transportar o mel mas como tinha levado um burro, foi mandar fazer uma albarda. O albardeiro enganou-se e fez uma porta. Pôs a porta em cima do burro mais a trouxa toda em cima e o burro feriu-se. O burro esteve muito mal e já não comia. Disseram os vizinhos que talvez dando-lhe umas favas fosse bom.
O homem semeou, em vinte metros, favas. Colheu vinte alqueires de favas, deu vinte alqueires de favas ao burro, vendeu vinte alqueires de favas, comeu vinte alqueires de favas e sobraram vinte alqueires de favas.
Nota: este é um conto popular e como tal a sua apresentação reflecte a oralidade de quem o conta.
Já não ouvia este conto há tanto tempo.. Faz-me lembrar a velha maratelha maratutelha (ou uma coisa assim parecida =S )que a minha mãe contava o era miúda! =)
ResponderEliminarEsse também era fixe :)
ResponderEliminarValeu a pena perderes a voz, o golo do Javi soube-te a mel... a ti e a mim! :)
ResponderEliminarPB, Pois valeu! :)
ResponderEliminarAinda há pouco tempo comprei uns livros de contos e lendas das Beiras e vinha lá este (ou parecido). :)
ResponderEliminarBeijitos