Toda a gente fala disso, todos os dias há novos casos mas não se sabe exactamente o que é.
Outro dia voltei a recordar com alguns amigos as nossas peripécias dos tempos da inocência, como aquela situação habitual de meter o X de pernas para o ar dentro do caixote do lixo, fechar a tampa e sentarmo-nos em cima dela.
Ou aquela em que obrigavamos o Y a lamber a parede porque ele vinha da cidade e portanto tinha que mostrar que era forte como nós, os da aldeia.
A outra em que o Y afiava o lápis 30 vezes por dia para o espetar na perna do colega do lado e este lhe trazer berlindes.
Ou até quando punhamos o X debaixo daqueles suportes de ferro dos tapetes grandes e saltavamos em cima enquanto os outros gritavam "se-pul-tu-ra!, se-pul-tu-ra!".
Já para não falar nas habituais 15 vezes por aula em que que o Z saía da sala no primeiro andar para ir buscar o estojo lá abaixo. Era um estojo com asas que voava pela janela. Isto depois do impulsionador desta actividade dar um berro à professora informando-a que ele é que autorizava o Z a sair, claro está. Parece que uma das vezes o objecto caíu aos pés da presidente do Conselho Directivo que passava lá em baixo na altura errada e a actividade física durante as aulas de História acabou.
Diz que estas actividades de sã convivência se fossem praticadas hoje lhes chamariam bullying. Na altura não sei o que lhes chamavam, mas os que sofreram nas nossas mãos eram e continuam a ser os nossos melhores amigos. Alguns estão casados e um deles até já se atreveu a ter filhos, imaginem só!
Na minha terra, para além das habituais "cepas", havia o ir à pia e ao poste!
ResponderEliminarAt the end of the day ... todos amigos!
Ao fim de 20 anos, grande almoço e falamos acerca do assunto, como tudo era " saudável" e hoje é visto como violência.
Já naquele tempo, as visitas ao conselho directivo eram diárias! :):):)
olha e o jogo super amigo e fofinho e nada violento do cascalho meia hora? e do túnel? e do cinto?
ResponderEliminareu não sei, mas estou em crer que com tanta castanhada que levei na pinha, é que fiquei assim... e sim, éramos todos vitimas - uns mais que outros - mas se fizéssemos queixinhas, ainda iamos com a cabeça contra a parede, repetidissimas vezes. Vou fazer uma t-shirt a dizer: EU SOBREVIVI À MINHA INFÂNCIA.
Que estava mal, até podia estar. Mas o pessoal aceitava as coisas como ritual natura.
ResponderEliminarCrianças super-protegidas, hiper-mimadas e panhonhas, dá nisso. Resistem muito menos à adversidade, desistem mais facilmente e o que dantes era apenas uma brincadeira parva (que o era) é agora um bullying com graves repercussões psicológicas.
anda aqui uma grande confusão entre o que descreveste e o que se designa por bullying. Cenas dessas todos nós vivemos, ainda hoje acontecem e não são por si só bullying. Só se considera que o são pela sua intensidade e por seres provocados de forma intencional e reiterada, causando mal-estar físico e psicológico intenso. Ou seja, isso do "ir ao poste" que era uma espécie de ritual e que corria todos - não é bullying. No caso de haver um puto que sistematicamente ameaça ou bate noutro, faz chantagem com ele, fazendo com que o puto comece a ter medo da escola, podendo mesmo ter uma depressão, por exemplo - é bullying.
ResponderEliminarO túnel... =D
ResponderEliminar(A versão estátua também tinha a sua piada)
Tanta bolachada que vi (e dei e levei) nesses tempos.
@ sophia - Eu percebo que é o factor coacção/intimidação que determina o que é efectivamente bullying ou não, mas tenho a vaga noção que a forma como boa parte da miudagem é educada, leva a que muito mais facilmente se torne uma linha muito ténue entre o que é e não é, assim como um proteccionismo excessivo.
ResponderEliminarComo é óbvio, há casos e casos.
isso do bulling é uma tanga do caraças; justifica-se pela transformação da sociedade numa sociedade-cona.
ResponderEliminarbadamerda com essas picuinhices, vao mas é trabalhar malandros.
Mak: não discordo de ti. realmente alguns miudos são superprotegidos e não se sabem defender. Mas há sempre casos e casos. Acho que não podemos dizer que isso do bullying foi algo inventado pra defender os putos cocós e medricas. isso seria quase como dizer (e há quem o faça) que não há depressões, que isso é coisa de quem não tem mais nada pra fazer e que devia era ir trabalhar
ResponderEliminarSusanix, belos tempos :)
ResponderEliminarRCP, que violência, credo!
Mak, concordo em absoluto. O que é capaz de não ser bom sinal mas vá.
Sophia, preciso de uma consulta de aconselhamento pediátrico. Podes ver na tua agenda quando tens vaga, por favor?
du, era a vida da altura. Éramos felizes e assim continuamos.
Anónimo, gosto do teu ponto de vista. E da tua prosa também. Saúde!
Aconselhamento pediátrico? Parece-me que não é bem a minha área
ResponderEliminarSophia, tens que apostar na polivalência nos dias que correm ;)
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