terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

TEORIA ECONÓMICA DAS RELAÇÕES


Diz muita gente que se não for por um grande amor não vale a pena começar uma relação. Mas como é que sabemos se essa pessoa é mesmo a ideal, a melhor que podemos encontrar? Não sabemos, pura e simplesmente não sabemos. Poderiamos desperdiçar uma vida inteira à procura de alguém ainda melhor e continuar sem a encontrar, porque mesmo julgando tê-la encontrado, há sempre a hipótese de existir outra melhor. Para alguns é aqui que entra a célebre piada "enquanto não encontro a pessoa certa divirto-me com as erradas". Mesmo supondo que existisse alguém melhor, aplicariamos aqui o segundo teorema da famosa teoria de valor de Alfred Marshall, economista inglês:

a escolha racional leva a seleccionar a quantidade em que o benefício marginal é igual ao custo marginal.

Não é isso que se verificaria na maioria dos casos. O ligeiro aumento de qualidade que poderia ser incrementado ao encontrarmos alguém melhor (benefício marginal), não seria suficientemente compensatório pelo tempo gasto na sua procura e pelo risco inerente de desperdiçar uma oportunidade que no momento sabemos que é a melhor que alguma vez tivemos e se encaixa totalmente no nosso perfil (custo marginal).

Isto é uma visão crua da realidade. Todos sabemos que as relações não se explicam com base na Economia, mas não deixa de ser uma explicação original.

3 comentários:

  1. A teoria de Alfred Marshall é a base de todos erros que cometemos enquanto agentes activos de uma relação. Seja qual for a relação pressupõe sempre um investimento que reflecte um custo e o benefício que dai advém raramente é proporcional ao investimento que aplicas. Basear uma relação em escolhas racionais gera frustrações. Ao investires numa relação estás, ainda que inconscientemente, a estabelecer objectivos e a alimentar expectativas. Esperas uma compensação. Esperas obter um benefício. Esperas algo que nunca é suficiente porque o que está em jogo são pessoas e relações não quantificáveis. Um dos maiores e mais inevitáveis erros das relações é a quantificação do custo / benefício. As escolhas racionais são as que mais frustrações geram. O que é racional para ti, não faz sentido para outro. Em economia 1 + 1 serão sempre 2. Nas relações o que investes nunca será o que esperas obter. Esquece o Alfred Marshall :)

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  2. Entre o teu texto e do comentário anónimo, já não sei qual prefiro. Sou economista de base, e adorei a colocação das perspectivas.
    Esqueceste-te porém que o investimento só renderá benefícios se houver uma correcta definição das expectativas dos utilizadores intervenientes!

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  3. Anónimo, concordo com o teu comentário isoladamente daquilo que eu pretendi transmitir e que era uma análise das relações feita com base na Economia sabendo de antemão que as coisas não são assim. Ou seja, é para nos tentarmos abstrair do mundo real e pensar apenas na análise à luz da teoria de Marshall.

    Andorinha, como disse no final do post e voltei a dizer no comentário ao comentário do anónimo, ressalvei que a realidade não pode ser exactamente esta porque as relações se baseiam em muitas outras coisas.

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Falem com o Jibóia, falem...