terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SEGURO DE CASAMENTO


Quantas pessoas conhecem que se casam com separação total de bens? A minha experiência de assistente a casamentos diz-me que a maioria opta pela comunhão de adquiridos, seguindo-se a comunhão total de bens. Será esta opção da separação total conciliável com as juras de amor eterno? Eu diria que sim. Vou até mais longe, digo que é saudavelmente aconselhável. Olho para a separação total de bens como um seguro do próprio casamento mas sobretudo da integridade moral dos seus intervenientes. É como quem tem carro, ninguém quer ter um acidente mas se ele acontecer os danos materiais são minimizados.

Para quem não concorda fica a pergunta:

O que achariam de ter que dividir com alguém de quem se estão a divorciar por via contenciosa, algo com bastante valor material ou sentimental e na posse da vossa família há várias gerações?

14 comentários:

  1. Eu acho que a comunhão de adquiridos é a opção que faz mais sentido. Não tem sentido nenhum a comunhão total, até por causa de situações como essa que referes. Se está na minha família, é porque é da minha família, ponto final.
    Por oposição, a opção da separação total de bens...bem, começa mal o casamento, porque muitas vezes a separação total quer dizer falta de confiança na pessoa com quem se casa.

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  2. Concordo totalmente. A separação é o melhor regime: cada um com a sua parte, e se o pior acontecer, não há divisões a fazer. Evita-se um potencial conflito, apesar de ninguém se casar a pensar nisso. Mas é um descanso.

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  3. A separação de bens pode aparentar ser falta de confiança na pessoa com quem se casa, ou falta de confiança na relação. Mas quantas vezes a comunhão de bens é apenas uma coisa que se faz porque é standard, porque sugerir a separação de bens pode parecer mal à outra pessoa?

    Pode parecer mais complicado gerir a separação de bens, porque não é "tudo nosso". Mas pelo menos obriga a pensar na propriedade ao longo da vida. As comunhões de bens por vezes funcionam muito mal nos divórcios, mesmo as de adquiridos, porque cada um sente que contribuiu mais que o outro mas afinal no fim de contas é tudo a meias...

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  4. Conheço várias pessoas que casaram com separação geral de bens, e para mim é o que faz mais sentido.

    Não tem nada a ver com não acreditar no casamento, mas "Shit happens".

    Não vejo por que razão seja considerada falta de confiança, se têm tanta certeza que é para sempre, nunca vão precisar de dividir bens, certo? Então é indiferente :p

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  5. Na separação de bens pode também estar adjacente a abertura de uma empresa, por exemplo. Se der prejuízo, podem ir buscar bens materiais ao cônjugue e é desagradável.

    O que acho graça é que casamento sem comunhão de adquiridos ou total ser uma falta de confiança,é um pouco contraditório, ou não? Se calhar se houver confiança continua tudo igual pois o que interessa é o amor e não os bens.

    O que é da família é da família (total) e os adquiridos divide-se como pessoas normais. Shit Happens, é verdade, mas o que querem dizer se calhar é a ganância das pessoas.

    Moralistas, hein?

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  6. Amor a rodos sim, é bonito. Mas com total separação de bens, que o ser humano é um bicho manhoso.

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  7. total separação de bens serve dos dois lados...não tem a ver com confiança, se nenhum dos lados está à espera de fazer uma fortuna com o casamento não se importa certamente com esta opção, é uma questão prática.

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  8. Jibóia, para esse caso que perguntas, o que achamos de dividir com alguém algo que está na família há muitas gerações, isso pode não ter de ser dividido.
    em Portugal (em Espanha não sei se é assim), este regime contém execepções. ou seja, a comunhão não é para TODOS os bens adquiridos depois do casamento, é apenas para bens adquiridos a título pecuniário. bens que um indivíduo adquire a título gratuito não estão cobertos pelo regime da comunhão. por exemplo, se herdas uma casa dos teus avós, não tens de a partilhar com o teu cônjuge. ou se os teus pais te dão um plasma, o plasma é só teu. ou se um amigo te oferece um carro, também não tens de o partilhar.
    por isso, no caso que falas, possivelmente não terias de dividir com o teu cônjuge esses bens que estão na tua família há gerações :)

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  9. Separação total, porque do amor ao ódio,basta um segundo.

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  10. É tal como a Maat diz: mesmo com comunhão de adquiridos, o que é herdado ou doado não é propiedade de ambos mas sim daquele que herda/recebe a doação, logo as heranças familiares estão salvaguardadas.

    Respondendo à tua pergunta: dos casais que conheço e que decidiram por casar, apenas 1 optou pela separação total de bens e por acaso (ou não)foi o único a separar-se.

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  11. Só para esclarecer:
    O que é herdado ou doado não é propriedade de ambos mas pode ser retirado pelo Estado… Por exemplo, numa situação de divida à Segurança Social, contraída durante o matrimónio, o Estado pode retirar bens herdados.

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  12. Eu sempre disse que SE um dia me casasse, seria nesses trâmites! Não tem absolutamente nada a ver com a falta de confiança, tem a ver com o meu suor, o meu trabalho, as minhas coisas. E é que depois acaba por envolver bens familiares, que a ele nada dizem mas só porque casamos adquire tantos direitos como eu? Presumo que então só seremos um bom casal se dividirmos tudo. Right...

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  13. Concordo plenamente com o Gasper. Shit happens! Portanto o ideal é cada um com os seus bens, e o que for comprado em anexo seria dividido pelos dois...

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  14. Pois bem...a separação de bens é o melhor regime que pode existir e não é desconfiança do outro e vice versa mas sim (minha opinião) a maior prova de amor que pode ser dada ao outro. Assim vê-se que está a casar por amor à aquela pessoa e não pelo interesse do que tem ou porventura irá um dia vir a ter por herança!!!
    Em relação á comunhão de adquiridos quero esclarecer uma situação. Independentemente dos bens virem ter á posse de um membro do casal por herança ou doação, em caso de venda ou partilha, o conjuge tem que dar o consentimento para que a escritura seja realizada. A mesma pode ser feita sem a sua autorização mas ele(a) pode impugnar a mesma e terem que ir para tribunal para que seja validada.
    Por isso a separação de bens é o melhor pois isso já não é necessário - meu caso!!!
    E fui eu que lhe disse que queria casar com separação de bens ao que ele disse:"que seja como tu quiseres" -foi a prova que eu precisava de ouvir para saber que o amor que ele tinha e continua a ter por mim é genuíno :)
    Por isso entre nós essa questão da separação de bens é a confiança total que temos um no outro pois ele sabe que algo que eu venda o proveito disso é para o casal, facto que aconteceu á dias com a venda de um bem que tive por herança.
    Tudo depende da mentalidade de cada um....infelizmente sabe-se que muita gente casa mas com olho no que o outro tem!!!!!

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Falem com o Jibóia, falem...