quarta-feira, 4 de abril de 2012

SUBSÍDIO DE (DES)EMPREGO


Ainda a propósito das cargas excessivas de trabalho, devido à actual tendência de reduzir pessoal nas empresas, os poucos que ficam por vezes têm que aguentar barcos tão grandes que mais dia menos dia começam a meter água. E numa altura em que o Estado não sabe o que fazer com a taxa de desemprego, pagando a muita gente para de quinze em quinze dias ir à junta de freguesia carimbar um papel, se calhar podia pensar no seguinte:

Os desempregados que por qualquer razão não tivessem oportunidade de beneficiar de um emprego conseguido pelo centro de emprego, teriam a possibilidade de serem colocados numa empresa da sua área de formação para fazerem um part-time com o qual poderiam majorar o subsídio de desemprego e manterem-se efectivamente em contacto com o mercado de trabalho. Depois era só pedir aos colunistas do Diário da República para sacarem uns Decretos que castigassem os malandros não cumpridores.

Não sou um génio que se lembrou de revelar a receita da pólvora, apenas exponho o caso próprio de quem não pôde trabalhar GRÁTIS e de livre vontade durante 3 horas por dia numa empresa da sua área equanto esteve desempregado, porque isso ia contra os regulamentos de atribuição do subsídio de desemprego. Perdi a oportunidade de efectivamente continuar a formar-me activamente durante aquele período, de manter o contacto com o mercado de trabalho e não menos importante, a auto-estima profissional.

10 comentários:

  1. Pois isso era muito bonito mas só ia fazer com que as empresas tivessem trabalho feito de graça e nunca contratassem nenhum funcionário mesmo que fosse preciso porque havia sempre alguem a trabalhar de graça e sem encargos para a empresa...

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  2. o anónimo tem razão, jibóia.

    em caso de dúvida olha para o "mercado" da advocacia. porquê contratar pessoas quando tens estagiários que o fazem de borla?

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  3. Creio que actualmente já é possível acumular um part-time com o subsídio. E faz todo o sentido que assim seja, precisamente pelas razões que enumeraste (para a semana já saberei mais pormenores, se quiseres). A parte do trabalhar de borla, já me custa mais a aceitar. Todas as pessoas devem ser remuneradas pelo trabalho que prestam. Muito ou pouco, mas remuneradas.

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  4. Na generalidade estou de acordo contigo. Mas também acho que haveria aí o alibi para muitas empresas terem trabalhadores sem remuneração e eles, conhecendo como conheço o empresário (patrão) português padrão, aproveitar-se-iam disso.

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  5. Concordo com o que dizem em relação às empresas que se iriam logo aproveitar da mão-de-obra sem custos. Mas também acho que devia haver alguma forma de manter os desempregados ocupados, se na própria área tanto melhor. Era bem mais útil que fazer a tal recolha de carimbos que como todos sabemos estão longe de ser sinónimo de procura de emprego. E com umas horas de trabalho mesmo em regime de "desemprego" muitos dos desempregados pensavam duas vezes quando recebem uma proposta...

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  6. Parece-me óptima ideia! Os desempregados vêem-se a cabo com alguns entraves que uma medida como essa poderia contornar! Volta para Portugal e candidata-te à Assembleia! Tens o meu voto! :D Parabéns pelo blog! Vou voltar!! :) Bjs

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  7. Mas isso já se faz pelo centro de emprego... conheço várias pessoas que estiveram ou estão a "trabalhar" num dado local, recebem o subsidio e o empregador só tem que pagar o subsidio de refeição, ou seja, uns 100€ mais coisa menos coisa. Depois quando o subsidio de desemprego acaba, tb acaba esse "trabalho". As pessoas podem sentir-se menos desesperadas enquanto o fazem, mas no fim não lucram nada com aquilo. Os casos que conheço, as pessoas nunca foram convidadas a ficar na empresa e depois só tinham à frente mais meses sem emprego e sem remuneração.

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  8. Isso já existe. Chama-se contracto emprego inserção.

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  9. Isso já existe Jibóia. Mas só faz sentido para pessoal sem formação e juniores. Difícil pôr quadros qualificados nessa situação..

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  10. Miss S e Stiletto, não sabia que neste momento já há essa opção porque entretanto emigrei e desliguei-me disso. A minha ideia é que se uma pessoa quisesse manter-se ocupada para continuar dentro do mercado (e no meu caso isso é bastante importante ), fazendo um part-time voluntário, isso era imcompatível com o subsídio de desemprego. E eu passei pela situação concreta.

    Por outro lado, é verdade que o chico espertismo dos empresários poderia levar a manter uma empresa a funcionar nesta base, mas por isso é que falei nos colunistas do DR para lhes dar para trás.

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Falem com o Jibóia, falem...