Depois das padarias, as tabernas.
Se o meu avô paterno fosse vivo, faria este mês 117 anos. O homem era lavrador, tocava saxofone na orquestra da vila e tinha uma taberna onde naturalmente vendia vinho. Nessa altura uma taberna era exactamente o que um local desses é: um sítio onde se vende e bebe vinho. Às vezes também havia uma côdea de centeio e umas lascas de queijo picante para os amigos, mas essencialmente era onde se bebia um copinho de tinto enquanto se descansavam as costas depois de uma jornada de trabalho no campo.
Com o passar dos tempos as tabernas caíram em desuso e até há relativamente pouco tempo, eram sinónimo de local de qualidade duvidosa e portanto pouco aconselháveis. Até que alguém se lembrou de adulterar mais uma tradição antiquíssima da sociedade portuguesa e fazer das tabernas, tascas mas chamar-lhes tabernas. No fundo não tenho nada contra as tabernas actuais, até tenho amigos donos de uma onde vou frequentemente com muito gosto e a quem só posso desejar o maior dos sucessos no aproveitamento desta onda. O desabafo é apenas contra esta moda de chamar taberna aqueles sítios onde servem comida pseudo-gourmet em pratos quadrados, que mais não faz do que apagar da memória uma das tradições mais castiças da boa vida portuguesa.
Por acaso, este fim-de-semana, comentei que se ele fosse vivo iria fazer essa idade este mês =)
ResponderEliminarNão querendo desfazer das palavras do teu pai nem das tuas, mas faltou-te mais um instrumento musical (não vou dizer qual para não cair em erro)e não era uma taberna mas sim uma Venda!! Antigamente chamava-se aos estabelecimentos comerciais de Venda quando eram mercearia e taberna (2 em 1)!
Prima, eu sei que o avô tinha uma venda, mas aqui para o caso só precisamos de falar das tabernas ;)
EliminarPS- Vê lá se pagas alguma coisa aí na terra dos doudos no próximo fim de semana!!
Estou para ver! eheheheh Parece que Sábado é dia de festa rija para a zona dos Casais...
EliminarNos meus caminhos ainda passo por algumas; hei-de botá-las aqui (lá)!
ResponderEliminarAhhhh... as vezes que, em criança, tinha de ir buscar o meu avô ás tabernas pois já era hora de jantar e ele andava "perdido"...
ResponderEliminarJá somos dois, mas esse caso era com o meu outro avô.
EliminarAdoro tascas, das antigas e não destas pseudo tascas fashion que agora se vê. Volta e meia o lanche de sábado à tarde é numa tasca, bolo de carne, bolo com sardinhas e caldo verde para fechar, isso enquanto nas mesas ao lado batem uma sueca e 4 bocas partilham uma malga gigante de vinho verde, daquele que estala e pinta a língua...
ResponderEliminarOnde é esse local maravilhoso? Também quero lá ir na minha próxima visita ao Minho!!
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