Com tanto Benfica ainda não deixei aqui uma palavrinha sobre as férias de final de Abril. Se por um lado estas não trouxeram grandes novidades, ainda assim consegui viver uma experiência autêntica, daquelas que ficam. Deixando de lado a falsa modéstia, confesso que já viajei o suficiente para me iludir cada vez menos com as tais experiências. O mundo globalizou-se de tal forma que não há sítio onde não se possa ir e onde não se encontre pedaço do nosso Ocidente. Apesar de ainda existirem, estas experiências dão cada vez mais trabalho a encontrar.
A medina mais parece um grande bazar montado para turista ver e sobretudo comprar. Comprar tudo o que pode encontrar na sua terra natal (por isso é que desta vez não houve recuerdos) e pelo mesmo preço para os ingénuos. Diz o ditado que se não te perderes na medina não estiveste em Marrakech. Falso. Hoje é possível encontrar facilmente o caminho para a praça central, pois há placas a orientar-nos em cada encruzilhada. Se juntarmos o facto do Alhambra em Granada ou o Alcazar de Sevilla serem mais belos que todos os monumentos de Marrakech juntos, o que nos faz gostar desta cidade imperial? Várias coisas.
Se querem adrenalina basta ganhar coragem e sentarem-se numa das banquinhas locais da Jemaa El-Fna (a tal praça central) e comer cabeça de cordeiro como eu fiz. Com as mãos, como manda a tradição. Se tiverem as feições certas, souberem um punhado de expressões em árabe e sobretudo se a vossa companhia de viagem usar um lenço a fazer de véu, pode ser que encontrem o mesmo restaurante que nós e sejam tratados como locais: pagámos menos de 4 euros para duas pessoas por espetadas de frango, pão, feijão guisado e coca cola.
E há os clichés imperdíveis, como ver o espectáculo que é a montagem das barraquinhas de comida na Jemaa El Fna todos os dias ao atardecer, hospedar-se num riad, beber chá com o vendedor da loja no final de um negócio ou pura e simplesmente comprar especiarias para reviver os sabores marroquinos na volta ao lar.
O autêntico começa a escassear mas ainda vale a pena ir a Marrocos.
Gosto muito de Marrocos. Fico sempre a pensar sobre quanto do nosso sangue, Português, não é na realidade árabe. True story.
ResponderEliminarCaro Pulha, muito! Muito mesmo. Não é à toa que em muitos de nós as feições se assemelham às dos árabes.
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