PITROL - 1ª parte

Venho de meter gasolina e já começa a pesar na carteira outra vez.

O preço dos combustíveis está novamente a subir desde há cerca de 2 meses. Ainda não se fala muito disso porque o preço ainda não atingiu os valores do ano passado, quando o tema fez abertura de telejornais durante várias semanas. Culpou-se a petrolífera nacional dessa escandaleira (alguma comunicação social incluida), apesar do preço altíssimo do crude.
Nessa altura decidi procurar informação que me levasse a perceber por que razão os preços estavam tão altos. E descobri várias coisas.

Primeiro:

Cerca de 60% do preço de 1 litro de gasolina corresponde a impostos que pagamos ao Estado.

Segundo:

Ao longo dos últimos 2 anos, a margem de lucro da Galp por litro de gasolina variou entre os 14 e os 18 cêntimos, podendo portanto ser considerado constante.

Terceiro:

As cotações do petróleo reflectem a transação de contratos de futuros, ou seja, o petróleo que se compra hoje é para ser entregue mais tarde e como tal há um desfasamento temporal entre a compra e a entrega física. Por isso é que por vezes o preço do petróleo desce numa determinada semana mas o preço dos combustíveis sobe nessa mesma semana.


Desmistificando...

Se a margem de lucro se mantiver constante (o que é o caso), é indiferente para a Galp que o petróleo esteja a 50, 100 ou 150 dólares. Ou seja, não é por o petróleo estar mais caro que a Galp ganha mais como muita gente pensa. Antes pelo contrário, se o petróleo estiver mais barato até é mais favorável, pois a gasolina é mais barata, logo vendem mais litros e mantendo a mesma margem de lucro, o ganho total é superior. E nós só compramos mais litros se o preço for mais baixo.

Ainda há um pouco mais para dizer e aprofundar, mas não me apetece fazê-lo agora porque está demasiado calor, portanto vou deixar para a segunda parte, daqui a uns dias.