domingo, 17 de fevereiro de 2013

MODAS PARVAS


Sobre as padarias modernas está tudo dito pela Pólo Norte, nada a acrescentar.

Eu não quero ter uma nova padaria que me lembre as antigas, ok?
Eu queria mesmo é que as pessoas que vão às novas padarias porque lhes lembram as antigas, sejam espertas e procurem nos seus bairros as antigas padarias. As verdadeiras. Essas mesmas com senhoras anafadas a atender ao balcão de mármore, paredes caiadas, sem mesas ou com mesas de madeira velhas e consumam os produtos de lá.

Eu queria que as pessoas fosem espertas e não quisessem o novo glamouroso a imitar o antigo rústico e simples, que não quisessem padarias com lettering xpto, fardas desenhadas por um estilista famoso e pães a imitar os de outros tempos. Queria que as pessoas procurassem as padarias de balcão de mármore e madeira, empregados de branco a atender, clientes com sacos de pano a irem buscar o seu pão do dia em vez dos sacos de papel reciclado maricas.

Queria que as pessoas não deixassem morrer as padarias que cheiram a pão e cujos balconistas têm que pôr ordem aos clientes que quase lutam pela sua vez como um "Vamos lá ver se nos entendemos, mau maria, temos pão que chegue para todos!" em prol das padarias portuguesas com cheiro a ambientadores da Zara Home e com civilizados dispensadores de senhas.


5 comentários:

Falem com o Jibóia, falem...