As notícias recorrentes sobre vagas de frio ou calor e consequentes alertas coloridos irritam-me.
Há 20 – 25 anos estas vagas aconteciam durante períodos mais longos e não havia esta histeria dos directos na TV, dos conselhos no vestir, do fechar portas e janelas, blá, blá, blá, como se as pessoas fossem umas atrasadinhas.
Lembro-me de abrir as torneiras de manhã em alguns dias de inverno e não correr nada porque a água estava congelada nos canos.
Lembro-me de ir a pé para a escola de manhãzinha com os meus amigos e haver poças de água completamente geladas durante semanas a fio.
O que é que faziamos? Vestiamos agasalhos suficientes para suportar o frio.
No verão, os 40C que agora aparecem durante dois ou três dias, antigamente ficavam semanas. E o que é que faziamos? Iamos para as ribeiras e obedeciamos às mães que nos mandavam levar um boné na cabeça.
Claro que há 50 anos atrás a vida era ainda mais dura e é muito bom haver progresso que nos dê conforto e segurança.
Mas também acho que hoje em dia a maneira como a comunicação social trata estas notícias é ridícula. O resultado final é mais alarmismo do que propriamente informação.