quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A LEI DA SOBREVIVÊNCIA


As nossas escolhas tendem a ser feitas de maneira a proteger primeiro o bem estar individual e só depois o colectivo.

Há cerca de um mês, uma cadeia de supermercados portuguesa transferiu a sua sede fical para a Holanda. Independentemente da legalidade da acção que para o caso é irrelevante, houve um apelo imediato ao boicote desses supermercados. Quantas pessoas realmente aderiram? Zero. E porquê? Porque a transferência da sede fiscal da empresa para o estrangeiro não interferiu minimamente no nosso dia a dia. Os produtos continuam a estar nas prateleiras habituais com a qualidade habitual e ao preço habitual.

Por outro lado, é do conhecimento geral que existe em Espanha uma organização terrorista com historial de "obra feita", infelizmente. Essa organização financia(va)-se tendo por base um "imposto" extorcionista aplicado mormente aos grupos empresariais bascos. Um desses grupos, detentor também ele de uma cadeia de supermercados, prepara-se para fechar grande parte dos estabelecimentos na região de Madrid. As pessoas não gostaram de saber que essa empresa subsidiava o terrorismo. É que a brincar a brincar, toda a gente aqui conhece alguém cuja família perdeu um ente querido falecido num atentado. E há muito respeitinho pelo assunto.

Moral da história, quando nos toca a nós os boicotes já fazem todo o sentido. O resto são tretas.

6 comentários:

  1. Como eu concordo contigo! O português tem duas características: protesta muito e faz pouco. Lembro-me, assim de repente, do tão anunciado boicote à Galp aqui há uns tempos. Resultou em quê? Num absoluto fiasco. E como este caso, outros tantos haverá. Português é comodista, fazer alguma coisa dá muito trabalho.

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  2. O Tuga é fajuto. Não faz a ponta de um corno para reivindicar decentemente.
    Os gregos deram cabo daquela merda toda e perdoaram-lhes metade de dívida.

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  3. O português típico é subserviente e bem-mandadinho. Fala fala, mas é só conversas de café. Entusiasma-se todo a fazer forwards de emails e likes no Facebook. Quando é para ir para a rua fazer qualquer coisa, tem sempre mais que fazer.

    Temos o defeito de reagir tarde. De achar que nos vamos safar. É o efeito secundário da nossa capacidade de desenrascanço. :)

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  4. MJ, pois é, se bem que a história da gasolina seja mesmo outra história.

    troll, por isso mesmo há muito que digo que isto por terras lusas não vai lá com falinhas mansas.

    Menino, exactamente. Se bem que o desenrascanço seja uma portuguesísse apreciável. Pena mesmo esse efeito secundário.

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  5. De facto, é a diferença entre nós e a Nação Espanhola.
    Sempre que vejo manifestações cívicas que movem espanhóis da esquerda à direita penso "foda-se, isto é que é um povo" (posso dizer asneiras, porque é em pensamento). E pronto.

    Já te disse que o meu rei de Portugal preferido é o 1º Filipe? Pois.

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  6. Cat, a ideia não era propriamente compararmos-nos aos espanhóis, mas já que falas no assunto, nesse caso concreto tenho que te dar razão.

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Falem com o Jibóia, falem...