quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PAPEL? QUAL PAPEL?


Anda por aí uma onda ecológica que eu considero bastante salutar.

As pessoas foram sensibilizadas para a separação dos lixos domésticos e, salvo algumas expecções, se não fazem mais é porque não lhes dão melhores condições.

Desde há algum tempo as empresas que nos fornecem serviços e consequentemente nos emitem facturas e/ou recibos, têm tentado também convencer-nos a que essas emissões passem a ser electrónicas. Em nome da ecologia, dizem eles. Eu acho a ideia boa, mas não totalmente convencido ficam-me algumas dúvidas.

Enviar facturas por correio gasta recursos: tinteiros, papel, pagar a alguém que as imprima, custos de distribuição, etc. Se passarmos a receber a factura no e-mail, a empresa diz-nos que estamos a poupar árvores e a melhorar o ambiente. Mas deixa de ter estes custos. Provavelmente até despede uma ou duas pessoas que só imprimem e metem facturas nos envelopes, poupando ainda mais. Por outro lado os correios passam a ter menor volume de correspondência e consequentemente menor volume de trabalho. Portanto não precisam de tantos carteiros. Vai daí eliminam um posto de trabalho. Por nos ser mais cómodo receber a factura electrónica por e-mail e em nome da ecologia, já se suprimiram dois ou três postos de trabalho. Afinal o que é que ganhamos com isso? A empresa que nos cobra todos os meses passou a fazer-nos algum desconto por termos aderido à factura electrónica? Não. Essa empresa investe o dinheiro que passou a poupar em algo que ajude a preservar o meio ambiente? Não, na maior parte dos casos.

Então para que é que aderimos aquilo se o resultado final é apenas mais desemprego?


É claro que esta é uma abordagem minimalista, mas o que eu quero destacar é que o marketing das empresas pode ser tão poderoso a ponto de usar a consciência das pessoas para benefício próprio. Mas não tenhamos ilusões, bem vindos à sociedade do século XXI...


PS - No fundo eu acho é que as empresas querem evitar estes embaraços dos papéis...


3 comentários:

  1. Eheheh

    Bem, tens uma certa razão, acerca dos empregos...

    E o que dizer das nossas montanhas semeadas de "ventoinhas"? Não creio serem assim tão salutares para o ambiente (as grandes, pelo menos), além de serem esteticamente desfigurantes da paisagem e redução na conta, que é bom... népias...

    Mas se tu quiseres ter, numa quintinha, uma microeólica, tens chatices e papéis até te fartares...

    Beijinhos

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  2. Hoje em dia é moda as facturas electrónicas e se formos ver as coisas nesse ponto de vista há um certa razão. Eu, por exemplo, sou contra as facturas electrónicas devido a uma série de coisas e situações.
    Isso de abaterem muitas árvores, etc., nos dias de hoje já começa a ser um bocado de tanga... um conselho... e que tal utilizarem papel reciclado???? Hã?? Não é má ideia, pois não??


    Quanto ao que a Fada dia, e peço desculpa pela intromissão... Antes se serem "semeadas" as "ventoínhas" nas montanhas, é feito um estudo exaustivo a todos os aspectos, desde impactes paisagísticos, impactes na flora e fauna, impactes causados na geologia e geomorfoligia, etc. Também não é à toa que elas são lá semeadas... Mas verdade seja dita, há muitas localidades que não aproveitam um único KW de energia produzida por esses aerogeradores. Assim é mesmo dinheiro mal gasto!

    Quanto a ter uma microeólica ou paineis solares é uma mais valia, pois, parecendo que não ao início, vai-se notar uma diferença muito grande nas contas ao fim do mês =) Claro que tem que haver sempre essas "paneleirisses" das burocracias.

    Peço desculpa se fui inoportuna =S


    Beijinhos

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  3. E Renata, estás desculpadíssima! ;)

    Duvido um bocado dos estudos exaustivos, sou franca.
    Até porque não acredito em coincidências, e a seguir aos fogos (postos) que destroiem as paisagens, aparecem logo aerogeradores... :(

    Não invalido a importância deles, muito pelo contrário, até acredito que deveria ser mais fácil ter microaerogeradores e painéis solares, e tudo o que pudessemos aproveitar daquilo que nos tornaria independentes de petróleo, e mesmo sabendo que esta maquinaria implica investimentos avultados, o certo é que alguém enriquece e as nossas contas não diminuem...
    Era simpático, que em cada cidade que tivesse aerogeradores, viesse uma notinha ao fundo da factura, do género: "por se terem implementado aerogeradores no seu concelho, a energia ficou mais limpa e barata, e em vez de pagar "x", paga "x-y" na sua conta mensal".

    Claro, era simpático, mas ninguém disse que quem manda é simpático... :p

    Beijitos, importuna quando quiseres :)

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Falem com o Jibóia, falem...