No seguimento da máxima do post anterior, já devia ter aprendido há vários anos que as prendas de Natal não se deixam para a última. Resultado, passei a tarde à procura de algo que eu próprio desconhecia!
Como a maioria das prendas eram para as minhas mulheres, não me restou alternativa senão entrar nas fortalezas do consumo feminino. À medida que me aproximava da porta e espreitava para as lojas, ficava com a sensação que mal pusesse um pé lá dentro me ia dar uma solipampa. Por isso mesmo hesitei várias vezes antes de tomar coragem, fechar os olhos e finalmente me atirar de cabeça. Sim que uma das vezes até veio o segurança perguntar-me se estava tudo bem. Depois de circular pela loja da mesma maneira que uma galinha se movimenta quando lhe espalham milho na capoeira (se nunca viram galinhas a serem alimentadas, imaginem uma mulher normal às compras mas substituam-na por um homem), pus-me a jeito a ouvir as conversas alheias sobre as peças expostas e as recomendações das empregadas. Sempre que um parzinho de amigas levantava a cabeça vinha logo uma aprumadinha ter com elas a perguntar se precisavam de ajuda, o que é que procuravam, etc. Como todos sabemos, até mesmo no Natal, mulheres nas lojas é sinónimo de desarrumação e pouco consumo, por isso não percebia como era possível as meninas da loja verem um gajo como eu completamente atordoado pelo Natal, pelas compras, pelas luzes, pelas outras gajas, pelo segurança e por sei mais lá o quê e ninguém vir em meu auxílio. É que foi desprezo total. Zero.
Digo-vos uma coisa, no estado em que eu estava, se uma dessas alminhas sem cu me tivesse dado cinco segundos de atenção, acho que até roupa 3 ou 4 números acima do tamanho necessário me tinham conseguido vender.